Quantas pessoas são necessárias para que nos sintamos sozinhas?

É bastante provável que você tenha lido o título algumas vezes. E se respondido de diferentes formas em outras tantas. Afonso Cruz, poeta falando da solidão escancaradamente acompanhada, nos versos de “Solidão”, foi minha inspiração para pensarmos juntas nesta sexta, após esmiuçarmos na coluna anterior sobre o perfeccionismo tão comum nas dores e nas experiências das leitoras.


Recebo mensagens onde o ponto principal gira em torno de aumentar as vendas e, para tanto, estão na Donadelas e demais redes sociais a fim de alcançarem resultados satisfatórios. Logo, o conteúdo desta semana é sobre desejo, medos e sonhos. Falamos reiteradamente aqui sobre a importância da consistência na trajetória, respeitando o tempo de cada uma de vocês. Lembramos com frequência que quem resolve problemas, acaba sendo um espelho de um caminho a seguir.


Em Psicanálise, compartilhando termos conceituais, a identificação com o objeto idealizado contribui para a formação e para o enriquecimento das chamadas instâncias ideais da pessoa (ego ideal, ideal do ego).


Entenda as instâncias ideais como um confronto entre a nostalgia de um narcisismo infantil perdido e um tipo de formação dinâmica que suporta ambições e progressos. É em relação com a elaboração da noção de narcisismo, a necessidade de reconhecimento e confirmação ante as demais pessoas, que Freud definiu a idealização, cujo funcionamento ele já mostrara, especialmente na vida amorosa.

Portanto, a Psicanálise também aborda esse espelhamento como algo presente desde bebês e que segue vida afora escoltando as escolhas feitas por onde você se espalha.



Hoje, pensei em fazer uma espécie de fichamento do que abordamos nas colunas anteriores e que reverbera na escuta clínica acerca do empreendedorismo feminino, para salvarmos todas:

  • abaixo todo e qualquer romantismo sobre empreender;
  • empreender não é sobre ter dinheiro e sim saber muito (jamais tudo, isso é construção diária ) sobre o que você faz e como;
  • estude, converse, ouça, rabisque, leia sobre tudo e se cerque, de preferência , de pessoas com quem você possa trocar e estabelecer verdadeiras conexões;
  • se você não ousar, como saberá a utilidade e relevância da sua ideia? Quando você errar na estratégia, pois não existe perfeição em nada, você vai aprender mais sobre si do que sobre seu negócio;
  • conheça o bastante sobre você ao ponto de agradecer aos seus medos e defeitos: numa eventual conversa com pessoas que você considera a opinião, por razões delas, algumas não lhe acompanharão. Eventualmente, apontarão sua horrenda teimosia, que noutros recortes pode ser lida como perseverança.
  • fala de cá uma mulher para outra: seja alguém que eleve outra mulher. Sempre. Se você não tem nada a acrescentar, reveja a história no mundo: salários, cargos, protagonismo, escolaridade, etnia, família, filhos, machismo. Isso é muito ou tudo, não ?


Aqui, meu sincero agradecimento à minha rede de suporte, de apoio, de um tudo. Sou sim privilegiada por ter uma infraestrutura, meus caminhos são menos difíceis porque vocês existem. Se você ainda não tem essa rede, estou aqui dando a mão para não deixar você desistir sequer de (re)começar!

 💛


Boa semana e boa leitura para todas nós.

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