Não tenho vergonha de pedir ajuda: SOS @Arianne Araujo!

Eis que chega o dia em que todo o meu conhecimento e o meu autoconhecimento titubeiam. A voz embarga e o coração aperta. Nessa hora, a Cláudia Andrade está sendo mãe e todas as emoções que chegam, fazem parte do cômodo onde está o filho e não do escritório de trabalho.

É curioso pensar que somos como uma grande casa, com quartos, salas… em cada compartimento um pedacinho da gente. Memórias boas vivem nos cheiros gostosos da cozinha, memórias difíceis nas lágrimas do quarto e aquela dor que não passa, encontra refúgio num banho morno e demorado, no banheiro. A gente é tão inteira e tão complexa! Uma construção sempre inacabada.

Essa semana vivi a experiência da saída do filho de casa para morar sozinho em outra cidade. Tudo organizado, com amor, segurança, alegrias, mas o coração não deu conta. Que dor foi essa! Preciso da ajuda da nossa querida colunista e psicanalista, Arianne Araujo para me explicar esses transbordos.

Vocês vão rir de mim ao saberem que Amadeus, o meu filho, tem 22 anos. Podem rir, eu também estou rindo agora e me achando a própria mãe possessiva, desconexa das novelas mexicanas: “ A Usurpadora”. Nunca vi, mas o nome é bom para um artigo e para o meu melodrama do dia.

Arianne, me responde: “Mãe é tudo igual? ” “Por que essa emoção visceral, consegue encobrir toda nossa racionalidade? ”

Para mim, foram dois nascimentos bem marcados: o dia da chegada do filho no mundo e o dia da ida do filho para o mundo.

É óbvio que sei, que essa ruptura (tardia convenhamos) do meu filho, buscando a sua liberdade e identidade é algo maravilhoso. Todos nós precisamos de espaço para nos reconhecermos enquanto indivíduos. Ficar no abrigo da mãe por tanto tempo é dureza! Freud explica…

O voo fortalecerá as asas. Sair do ninho é a grande oportunidade de os filhos colocarem em prática tudo que experimentaram na relação com os pais, na construção de valores, nos conhecimentos partilhados. Não há jeito melhor de continuar crescendo.

Minha querida, quero dividir isso com você e com todas as mulheres Donadelas, para aproximar nossas igualdades e saber que podemos contar umas com as outras, de verdade; afinal, o mundo do empreendedorismo feminino é constituído de um celeiro de mães.

A minha experiência pode ser a de tantas outras que gostariam de ter com quem compartilhar suas emoções. A gente não tem que ter vergonha de ser gente! Isso é o mais lindo em nós!

Agora a Cláudia pessoa já está de volta (rs) e agradece desde já o seu retorno.

Beijo beijo