E o que você faz de diferente da Vani?

Vani é uma mulher batalhadora, cresceu numa família de classe média baixa, os pais suaram a camisa para pagar uma escola particular, começou a trabalhar assim que terminou o ensino médio para pagar a faculdade e logo que saiu da faculdade conseguiu uma boa colocação como supervisora numa grande empresa da sua cidade.

Lembre-se, Vani é batalhadora, ela queria chegar a ser diretora nessa empresa, passou vários perrengues, sofreu muito preconceito por ser mulher, por ser jovem por parte de outros diretores, mas se mantinha firme e reclamava, apontava a discriminação cobrando solução, era uma inspiração para as outras mulheres na empresa. O que ninguém esperava, é que após 08 anos, quando ela chegasse ao tão sonhado cargo, acabasse se comportando como aqueles diretores que a impediam de chegar lá.

Essa história, te lembra alguém? Qualquer semelhança não é pura coincidência.

Muitas mulheres com trajetórias incríveis quando chegam em posição de liderança para manterem-se de igual para igual com os homens que lá estão (afinal são maioria, sim), tem tendência de se comportarem de forma preconceituosa com outras mulheres na empresa, claro que não de forma tão acintosa, mas de forma velada. Costumam ignorar opiniões, rejeitar projetos, às vezes chegam até a impedir promoções. E o que seria o esperado como comportamento da Vani?

  • Trabalhar pela implantação de políticas de desenvolvimento empresarial que empoderem as mulheres dentro da empresa.
  • Promover políticas para educação, formação e o desenvolvimento profissional para as mulheres.
  • Promover políticas de segurança dentro do ambiente organizacional e bem-estar para mulheres.

A história acima pode parecer absurda aos seus olhos, mas acredite, acontece aí do seu ladinho e pode acontecer até mesmo com você. Por isso te trouxe essa reflexão sobre o que você faz diferente da Vani?

Quando falo em posição de liderança também estou falando de nós empreendedoras, afinal abrimos postos de trabalhos em nossos negócios. E quando viramos empreendedora chegamos lá no “cargo tão desejado” e se não nos mantermos atentas cometemos os mesmos preconceitos e discriminações, quer alguns exemplos? Vamos lá:

  • Durante as primeiras contratações é muito comum o pensamento “melhor contratar homem para o trabalho pesado”, quem disse que não tem mulher forte fisicamente para tal vaga?
  • Assim como, continuamos com a preocupação de “será que ela não vai engravidar”? A preocupação aqui é pelo tempo afastada do trabalho e quem garante que um funcionário homem não se afastará pelo mesmo tempo por doença, por exemplo.
  • Ou “se tiver filho pequeno, melhor contratar outra sem filhos”. Será que é regra que todas as mulheres com filhos pequenos faltam muito ao trabalho? E homens não faltam as segundas pelas “farras” do fim de semana?

O que vejo na prática da consultoria dentro das empresas é que essas crenças estão tão enraizadas em homens quanto em mulheres, não me considero feminista, mas acredito na importância de mulheres apoiarem mulheres e que somente o empreendedorismo vai mudar a realidade social e econômica de milhares de famílias chefiadas por mulheres.

Enquanto não tivermos a igualdade de gênero como realidade, todas nós, que sobressaímos no mundo dos negócios, precisamos ser líderes mais justas, humanas e empáticas com as mulheres em nosso entorno.

Precisamos buscar fazer mais parcerias com negócios de mulheres sim, afinal toda empreendedora ao sonhar com o seu negócio, além querer ganhar dinheiro, quer fazer a diferença. Então comece a fazer a diferença dentro do seu negócio.

Excelente semana Donadelas!

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