Dentro ou fora: quem é você no caminho?
Palavras e experiências marcam, pessoas fundam ou afundam a depender do enunciado. E quando perdem o valor: resta o que? Você se reconhece nessa trajetória? Semana passada falávamos aqui sobre as perdas e ganhos, mas sobretudo na inquestionável habilidade feminina quando a pauta é reinvenção. Hoje, vamos conversar sobre os ônus do trabalho remoto para a empreendedora brasileira.
E, como dito aqui antes, quando a necessidade de mudança é maior que o medo, até a empreendedora mais conservadora, arrisca. Mulheres, saibam, o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras. O dado é de um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado em 49 nações. No total, mais de 24 milhões de brasileiras têm negócios próprios, gerando empregos e movimentando a economia. Isto significa que ano após ano, mulheres conquistam novos papéis na sociedade e caminham rumo ao protagonismo nos mais variados mercados de atuação.
Para quem trabalha remotamente, o dito home-office, sinaliza que se avolumam atribuições e responsabilidades, ambos intransferíveis, acontecendo ao mesmo tempo. Recentemente, com a pandemia, se enfrentou um confinamento em família, acarretando mais serviços domésticos como cozinhar, limpeza dos ambientes, etc.
A mulher geralmente tem maior responsabilidade com filhos, no auxílio com aprendizado escolar e desafios na busca de novas formas de entretenimento conforme a idade da criança. Vamos além: há o imperativo de se adequar à novidade e os frutos disso sendo colhidos.
Aqui, o mundo ideal; sendo, o mundo real, a casa reconfigurada como ambiente de trabalho, em infraestrutura prévia inexistente para tanto. Todas temos a mobília ergonômica, espaço dedicado, suprimentos de informática e iluminação a contento? Penso que muitas de vocês voltaram no tempo ao relembrar situações pessoais recentes ao ler esse parágrafo.
Falando em recortes clínicos, obviamente ninguém aqui supunha que as coisas fossem mudar tanto e tão rapidamente, não é mesmo? Como agravante, limites não acontecendo na maioria das vezes, resultando em excesso de serviço, de dentro e de fora, todos em casa. Ansiedade e estresse facilmente detectados pelo medo ante à incerteza e ao controle nulo do porvir.
A pandemia mostrou algo triste e preocupante: carreiras desgovernadas, de profissionais perdidas e marca pessoal de valor autoatribuído nulo ou limitado. Boa parte dessas pessoas que atendo tinha a certeza do reconhecimento que poderia ter havido dos pares, da chefia, dos alunos, dos clientes, dos pacientes, mas não houve; sendo habilidosas, bem preparadas, dedicadas, estudiosas.
Contudo, o que venho dizer para você que total ou parcialmente segue com as atividades de casa: sobre a sua multifaceta profissional o que é sabido, quase sempre, é apenas por você mesma! Porém, quando você abre a câmera, o que você comunica do outro lado? Quem é a pessoa que está aí do outro lado ? O que se conta sobre ela neste cenário? O que se expressa nesse conjunto?
Bauman ensinou que nenhuma variação do convívio humano é plenamente estruturada, ou seja, nenhuma diferenciação interna é completamente abrangente, inclusiva e livre de ambivalências. Portanto, sejamos espontâneas, experimentemos, recomecemos. O medo virá, mas sabendo de antemão a poderosa marca pessoal que você é aliada ao seu universo de marca, quem colocará limites nos seus planos e realizações?
Convido você a conviver com os riscos e tentar caminhos não experimentados. Pense sobre isso e nos comentários, diga, como posso ajudar você?
Comentários