Confiança: um caminho entre o medo e a entrega.
Confiança é uma ponte delicada entre o racional e o intuitivo, e para mulheres que empreendem, essa ponte muitas vezes parece desmoronada. Ao iniciar um negócio ou tomar decisões importantes, a intuição pode ser uma ferramenta valiosa, mas frequentemente abafada pelo medo do erro ou pela busca incessante por certezas. Essa desconexão não é casual; ela se constrói em um terreno marcado por experiências de desconfiança, onde a intuição perdeu espaço para uma autocrítica implacável. Por isso, refletir sobre o significado da confiança é tão importante: ela não só afeta nossas escolhas profissionais, mas também nos conecta a um senso mais profundo de segurança e autenticidade.
O medo é o grande guardião da confiança. Ele nos alerta para possíveis riscos, mas também nos paralisa, impedindo que construamos relações ou avancemos em projetos importantes. O medo de ser traída, enganada ou de fracassar faz com que muitas mulheres prefiram se proteger em uma zona de controle, onde tudo parece previsível, mas onde o crescimento também fica estagnado. Essa resistência, embora natural, muitas vezes impede que confiemos até mesmo em nós mesmas, alimentando um ciclo de insegurança e isolamento emocional.
A resistência à confiança não nasce do nada; ela é uma resposta a experiências passadas de dor ou abandono. Contudo, essa defesa também nos afasta de novas possibilidades, seja nos negócios, seja na vida pessoal. Ao resistirmos à confiança, resistimos também à troca e à construção de vínculos que poderiam nos fortalecer. A ironia é que, ao tentar evitar a dor, muitas vezes criamos uma solidão ainda maior, carregando sozinhas o peso das nossas incertezas.
Vulnerabilidade é o coração da confiança, mas também a sua armadilha mais perigosa. Abrir-se ao outro ou a um novo desafio nos deixa expostas a feridas, sejam elas emocionais ou profissionais. No entanto, é essa abertura que nos permite crescer, aprender e nos reconectar com o que realmente importa. Proteger-se demais para não se machucar é compreensível, mas pode ser sufocante. Permitir-se ser vulnerável não significa descartar os próprios limites, mas aprender a discernir quando e onde é seguro baixar a guarda.
No Com.Tato Grupo Terapêutico, essas reflexões ganham um espaço seguro e acolhedor. Aqui, cada mulher é incentivada a explorar seu próprio ritmo, compreender suas barreiras e reconhecer que não precisa enfrentar sozinha as emoções e os sentimentos que antes pareciam intransponíveis. Com empatia e respeito, trabalhamos o medo, a resistência e a vulnerabilidade, ajudando cada participante a redescobrir sua capacidade de confiar, tanto nos outros quanto em si mesma. Nosso objetivo é ensinar que confiar é um processo construído com cuidado, onde cada passo é valorizado, e a intuição perdida pode finalmente ser reencontrada.
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