Como viver sem internet – uma experiência de 6 horas

Na semana passada vivi uma situação que há muito tempo não experimentava: ficar seis horas sem internet e para completar sem energia também. Imaginem a situação!!
Ficar sem conexão, nos dias de hoje, pode parecer algo inimaginável para muitos, especialmente para as gerações que cresceram conectadas. No entanto, essa experiência, voluntária ou não, transforma radicalmente o ritmo da vida cotidiana.
Sem internet, tudo desacelera. As mensagens deixam de ser instantâneas, voltamos a depender de ligações ou encontros presenciais para manter contato. As notícias não chegam em tempo real e o que nos resta é esperar ou ouvir o rádio e assistir aos noticiários na TV. O tempo parece render mais, mas a sensação de isolamento também cresce.
E quando nesse intervalo de 6 horas também falta energia? Aí vira o caos, principalmente quando se tem um trabalho a concluir. É a Lei de Murphy na prática: “Se algo pode dar errado, dará errado”.
Sem conexão com o mundo a rotina muda completamente: sem redes sociais, a comparação constante com a vida dos outros diminui e a mente respira. Por outro lado, o acesso ao conhecimento se torna limitado. Pesquisar algo simples exige mais esforço, como buscar livros, pessoas e anotações.
Fiquei a imaginar como eu conseguia desenvolver minhas atividades quando não existia internet. Baixou um pouco de saudosismo dos anos 90 e me vi buscando informações através da visita à biblioteca da empresa, na boa conversa com amigos – pra captar informações e na pesquisa de trabalhos já elaborados. Confesso que dava muito mais trabalho executar uma atividade ou elaborar um projeto. Entretanto nos estimulava a pesquisar, estudar mais e interagir com os colegas.
Mas, pela necessidade e urgência em entregar uma atividade, o saudosismo passou rápido e a realidade veio à tona. Hoje somos totalmente dependentes dessa e de outras tecnologias. Ficar sem elas é como se voltássemos no tempo. E a sensação de impotência é enorme.
E como eu consegui entregar meu trabalho no dia certo, com algumas horas de atraso? Concluí o projeto antes da bateria do computador acabar, acessei os dados móveis do meu celular 5 G e consegui enviar o documento para o cliente. Detalhe importante: a falta da internet e energia aconteceu no condomínio em que moro. E mesmo assim consegui cumprir o prazo.
Imaginemos agora ficar completamente sem conexão? Deve ser um caos.
Mas, voltando ao romantismo, sem internet as distrações digitais dão lugar a outras formas de entretenimento: ler, caminhar, conversar, observar. Há mais presença no agora. As refeições são feitas com menos interrupções. O tédio aparece, mas junto com ele, a criatividade. Por fim, viver sem internet é um exercício de desconexão que revela o quanto dependemos dela. Pode ser libertador, incômodo, solitário ou revelador, mas certamente, é transformador.
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