Mudar sua vida quando tudo dá certo: coragem ou insanidade?
Vivi esse desafio há dois anos, quando mudei radicalmente minha vida: vendi minha loja, fechei outra empresa, e decidi mudar de país. Escrevendo tudo isso em uma única frase, fiz parecer que foi simples, mas acredite: não foi.
Mudar de vida quando você está numa situação insuportável, é um processo praticamente involuntário: é doloroso, cruel e difícil, mas a própria mudança se impõe e você, naturalmente ou não, tem que se adequar.
Quando tudo está correndo bem e você decide mudar, para algumas pessoas é um ato de coragem, para outras, pura loucura. Afinal, por que fazer isso, se nada lhe falta?
Deixar para trás o que conquistamos e conhecemos, em troca de algo que não sabemos em que vai resultar, gera ansiedade, medo e até dúvidas sobre a nossa própria sanidade mental.
Nesse processo interno, identifiquei que eu ansiava por uma vida mais simples e tranquila, mais minimalista. Queria andar a pé, estudar algo novo, trabalhar no meu laptop de alguma cafeteria…
Então, em julho de 2019, após 3 anos de planejamento, finalmente parti levando comigo duas malas, numa delas um porta retrato com a foto do meu filho, que ficou com o pai e com a promessa de que em pouco tempo ele voltaria a viver comigo. O medo dominava minha cabeça… “e se não desse certo?”, mas não aceitei que esse medo me paralisasse e segui em frente.
De lá para cá, morei em três países diferentes, aprendi inglês, me permiti viver um novo amor, comecei um empreendimento diferente do que eu tinha trabalhado até então, estou aprendendo francês, e não, não faço a menor ideia do que vai acontecer amanhã.
Para uma pessoa extremamente planejada como eu, não foi fácil me cobrar menos, aliás, esse continua a ser um exercício diário. O que me propus, atualmente, é ser ainda mais produtiva durante minhas horas de trabalho, para, ao fim do dia, descansar e sentir prazer ao tomar um copo de vinho ou contemplar a chuva.
Mas nem tudo é um mar de rosas, ainda enfrento muitos desafios, como a saudade da família e amigos, e para compensar isso, criei novos formatos para minha vida, um deles eu chamo de “world office”, que me permite trabalhar em qualquer lugar que esteja, uma vez que viajo constantemente.
Viver de forma mais leve, não significa que eu não tenha objetivos. Claro que tenho, e trabalho com foco para alcançá-los!
Valeu a pena todo esse esforço? Posso dizer que meu coração parece estar em paz. Ao menos neste momento. Aprendi que as mudanças não precisam ser definitivas: quando nos sentimos bem, ótimo, vamos viver! E quando algo nos incomoda, bom, talvez seja o tempo de pensar em mudar de novo.
Você deve estar aí pensando, como identificar esse incômodo? Para mim, a resposta é bem intuitiva: quando você perceber que existem algumas questões que volta e meia regressam à sua mente, pare, ouça essas perguntas internas, ouça seu coração.
Busque respostas, avalie os prós e contras das ideias que estão aí dentro, faça exercícios mentais sobre os prováveis resultados, caso você faça escolhas diferentes das que fez até hoje.
Ao mesmo tempo, partilhe essa experiência com pessoas em quem confia, elas irão te orientar, seja apontando algum risco que você não percebeu, ou incentivando você a seguir na direção da sua busca.
Avalie a intensidade do medo, ah, e prepare-se com bons argumentos quando for conversar com seus medos! O medo é um grande oponente e você não deve subestimá-lo em nenhum momento.
Quando decidir mudar, não pense que TEM QUE SER definitivo.
A mudança é um processo contínuo, requer coragem, principalmente para nos questionarmos e confrontarmos os nossos próprios valores, ideias e atitudes. O que ontem me cabia, provavelmente hoje pode não servir mais. E ter que dizer para mim mesma e para a sociedade, que hoje eu penso ou quero algo diferente do que quis ontem, requer também uma boa dose de ousadia.
Mantenha sua mente flexível. Pode ser que você não se adapte à mudança que se propôs e precise voltar atrás. E tudo bem! O importante é buscar para esse momento de vida, algo que lhe faça sentido.
Viva do seu jeito, faça suas próprias escolhas, volte atrás, faça de novo, tente, erre, sorria mais, chore quando sentir vontade, peça desculpas, diga mais “Eu te Amo”, perdoe, seja leve. A vida é agora, não dá para fazer rascunho.
Temos tanto em comum. Fiz meu auto feedback em setembro de 2016. Em dezembro montei um plano e comecei implementar logo. Foi quando contratei o personal. Em 2017 a pesquisa sobre migrar para Portugal e planejar a mudança quase radical da vida, foi intensa. Você acompanhou um pouco dessa mudança. Passei a dedicar mais tempo para mim. Resolvi trabalhar menos e fazer somente 20% do que eu fazia antes, Doeu? Claro. Mas o prazer de fazer um plano dar certo, não tem preço.
Também não sei como será meu futuro. Mas sei o que quero: vida mais leve, menos decisões e menos estresse. Acabei de escrever um capitulo de um livro. Estou vendendo as mentorias.
Sei que meu objetivo é rígido, mas as metas são flexíveis. Mudar é bom. E, só quem não muda é a própria mudança.
Meu maior plano é estar a cada dia um pouco mais alegre com o resultado de minhas escolhas, porque feliz eu já sou.
Os planos para final de 2020 e 2021 estão seguindo, meta a meta.
Que bacana sua trajetória,, Izabel.
Concordo contigo: “o prazer de fazer um plano dar certo, não tem preço!” Estou aqui aguardando esse livro. Siga em frente! Estamos juntas nessa estrada, conte comigo e com a Donadelas, sempre!