A COP30 tem data para acabar. Mas o seu legado vai permanecer.

A COP30 ainda nem começou, mas já tem data para terminar: 21 de novembro de 2025. É quando as delegações internacionais arrumam as malas, os estandes são desmontados, e o mundo volta seus olhos para outros centros de poder e decisão.
Mas e Belém? E a Amazônia? O que fica depois?
Essas perguntas precisam estar no centro da nossa atenção desde já. Porque, mais do que um evento climático, a COP30 é uma oportunidade histórica de transformação real. De dentro para fora.
Infraestrutura é só o começo
Claro, já há um grande volume de investimentos em obras, em conectividade, em transporte público. A cidade já está mudando e vai continuar. Mas esse é apenas um dos planos do legado. Existe também um legado político, que pode se expressar em novas leis, pactos regionais, programas estruturantes para o desenvolvimento sustentável e formas mais integradas de cooperação entre União, estado, municípios, setor privado e sociedade civil.
E existe ainda um legado simbólico, talvez o mais profundo de todos. É sobre colocar a Amazônia no centro da agenda climática global. É sobre reconhecer e fortalecer as vozes locais. É sobre conciliar tecnologia e saberes ancestrais, mostrar que inovação pode nascer da floresta, das comunidades, das mulheres empreendedoras do Norte do Brasil.
O legado mais poderoso: nas pessoas
Mais do que estruturas de concreto, é a gente que faz legado.
A preparação para a COP30 já está mobilizando e capacitando a força de trabalho local: recepcionistas, garçons, guias, fornecedores, técnicos, profissionais da limpeza, da comunicação e do transporte. Isso qualifica os serviços, fortalece o comércio, eleva a autoestima coletiva. E cria novas possibilidades de carreira, renda e pertencimento.
Ao mesmo tempo, o evento está espalhando uma nova forma de pensar. Um letramento ambiental que chega às escolas, às empresas, às casas, às decisões de compra, aos hábitos cotidianos. É um convite à consciência, ao comportamento responsável, à mudança.
E tudo isso é legado.
Talvez o maior ganho da COP30 seja esse: não o que será dito nas plenárias, mas o que será sentido e mantido pelas pessoas que vivem aqui. Porque o mundo pode vir e ir embora. Mas nós ficamos. E temos nas mãos a chance de construir uma nova narrativa sobre o que é viver na Amazônia.
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