Letramento digital

Na semana passada lendo o artigo maravilhoso da colunista Donadelas, Claudia Andrade, sobre seus 56 anos e as experiências vividas ontem e hoje na convivência com pessoas de várias culturas e faixas etárias diferentes, me provocou insights para o artigo de hoje.

Por coincidência, ou não, na mesma semana estava conversando com um colega de trabalho, de 70 anos, que relatava o quanto se sente um “analfabeto” quando os mais jovens começam a utilizar termos em inglês para expressar coisas simples, que poderiam ser dita de forma mais objetiva. E no mundo da transformação digital o exagero no uso de termos e expressões em inglês é maior ainda

Saí pensativa da conversa e compartilhei com ele um vídeo, um tanto quanto caricato e cômico, de uma jovem senhora de 50 anos, falando do quanto estava difícil se comunicar nos dias de hoje com tantos termos que não faziam sentido. Um novo dialeto. Ele gostou demais e disse que se sentia um pouco assim.

Mas, voltando ao artigo de querida Claudia Andrade podemos sim falar de coisas antigas e de assuntos super atuais, com mais de 50. Por que não? Esse é o nosso diferencial. Tenho amigas que gostam de jogos (games), que apreciam os Animes, e outros desenho japoneses, não tão novos como alguns pensam, tipo os Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball. Pois é, quem lembra? E hoje eles são tidos como atuais. Vejam só, mesmo no mundo das tecnologias disruptivas os produtos vão e voltam transformados. Se não fosse assim, não seria inovação.

Mas o que ainda me incomoda em meio a esse turbilhão de termos e transformações vividos é o tratamento dado por muitas empresas sobre a habilitação digital de seus colaboradores.

Alguns profissionais das áreas de TI e dados se referem àqueles que não dominam o tema, como analfabetos digitais e que necessitamos de LETRAMENTO Digital. A primeira vez que ouvi esse termo realmente me senti uma analfabeta estudando na Cartilha do ABC, os com mais de 50 vão lembrar, da cartilha. Poderiam ter escolhido um termo melhor.

Mas acho que antes do letramento digital, precisamos muito mais da inclusão digital, da empatia e do respeito àqueles que não nasceram com o celular na mão, mas viram o desenvolvimento de inúmeras tecnologias existentes hoje e ainda são muito úteis no mercado, por suas experiências.

Em conversa com dois jovens do segmento de Startups vi que nem tudo está perdido. No diálogo discutimos sobre a preocupação deles em trabalhar em seus negócios a habilitação tecnológica e digital de pessoas que não dominam a temática, para que elas cheguem à fluência de dados.  Faz uma grande diferença quando o assunto é tratado dessa forma. Até porque não dominar o mundo digital não é nenhum demérito para quem tem mais ou menos de 50 anos.

Num país em que o sistema de educação é deficitário, esse tema não é acessível a todos. Mas precisamos dele para crescermos como nação.

Então, busquemos a nossa habilitação, pois nunca é tarde para buscarmos novos conhecimentos. Não é mesmo Claudia?

Sucesso!

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Comentários

  1. Que belo artigo! Isso é conteúdo de uma mulher cheia de talentos, não importando algarismos.
    E assim somos todos nós, únicos e especiais, vivendo essa maravilha dos ecossistemas.
    Quanto mais usarmos a nossa voz, mais ocuparemos nossos espaços.
    Me sinto honrada por meus escritos terem sido um elo da corrente.
    Parabéns!
    Beijo beijo❤